sexta-feira, 28 de março de 2008

Errar é humano, persistir no erro é falta de conhecimento.























Estamos passando por transformações vergonhosas em nosso país, no que diz respeito à língua portuguesa. Há anos, com as reformas educacionais, as pessoas vêm perdendo o pudor de errar quando falam, ou escrevem. Na minha adolescência, quando alguém errava alguma coisa, e era alertado por outra pessoa, imediatamente, o autor do erro efetuava a correção. Hoje em dia, porém, os erros passam despercebidos, ou quando são notados, o autor da "gafe" não se preocupa nem um pouco com ela, numa total falta de vergonha, ou melhor, falta de conhecimento mesmo, falta de amor a um símbolo nacional.
A imprensa, a mídia e os meios de comunicação em geral estão contribuindo para esse desastre. Infelizmente, são eles que fazem o léxico da língua portuguesa para as pessoas, ou melhor, para o povo. E este, coitado, sem poder de discernimento, engole os erros sem o menor senso crítico.
Ano passado, enviei para a imprensa, editoras, responsáveis por jornais, mais de oitenta "emails" falando sobre este assunto. Ao mesmo tempo que eu os alertava sobre o problema, eu me oferecia para fazer o trabalho de revisor de texto. Não recebi uma linha sequer como resposta de todos os "emails" que enviei.
Pessoas de boa formação escolar, autores de livros, jornalistas, advogados estão escrevendo mal. Cometem erros elementares de concordância, pontuação, trocam o sentido das palavras. Não sabem o que é sujeito, não sabem acentuar as palavras. O povo dotado de uma educação ineficiente, simplesmente, copia o que eles escrevem, acreditando usar as formas que a língua oferece de maneira correta. Como estamos equivocados!
Ano passado, li alguns livros publicados há menos de três anos, e fiquei perplexo com tanto erro que encontrei. Na contracapa desses livros depara-se com o nome das pessoas que fizeram a revisão do texto. Os próprios profissionais pagos para fazer o trabalho de revisão estão deixando passar erros absurdos. Por que será que isso está acontecendo?
Eles não viram os erros ou não conhecem o nosso idioma a ponto de fazerem esse trabalho de forma conveniente? Quem são essas pessoas? Quem as avalia?
Com certeza, são péssimas profissionais, pois se não as fossem, teriam um melhor conhecimento do idioma, e o pior disso é que ganham um salário muito bom para fazer esse tipo de trabalho, obviamente, deveriam ser melhores.
Não há hoje no país, um brasileiro que escreva um texto com dez palavras sem que cometa pelo menos um erro de gramática. Os erros são primários, beirando ao ridículo para aqueles pouquíssimos dentre nós que ainda conseguem enxergá-los.
No ritmo que estamos caminhando, em breve, assistiremos ao enterro deste idioma. O que iremos falar e escrever aqui, eu não sei. Estou tentando descobrir. De uma coisa tenho certeza, cada um escreverá o que quiser, como quiser. Cada um de nós terá sua própria ortografia, sem que ninguém saiba realmente o que é correto. Num futuro, não muito distante, haverá total liberdade na pena e na boca de duzentos e cinqüenta milhões de idiotas.
Pode ser que ainda haja tempo de evitarmos o colapso, que já se encontra no "fio da navalha".

Convoco todos aqueles que receberem este "email", que me apresentem sugestões do que poderemos fazer para evitar que o caos se instale definitivamente.

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